Candidato à reeleição, o polêmico deputado federal Mendonça Prado (DEM) rompeu o silêncio que adotou sobre a política sergipana, desde que trocou farpas com o presidente do PR, o empresário Edvan Amorim, há cerca de dois meses, ainda no calor de ter definido o deputado Albano Franco (PSDB) como "biruta de Aeroporto", dada a sua indefinição política. Nesta entrevista exclusiva que concede ao portal Universo Político.com, Mendonça assegura que o ex-governador João Alves Filho (DEM) já está na frente do governador Marcelo Déda na maioria dos municípios sergipanos. O deputado não vê a campanha da oposição com tímida. E volta a fazer duras críticas ao político Marcelo Déda, e, não sem surpresa para quem o conhece, também ao governo petista. "O desespero tem feito de Déda um boquirroto. Ele vive a proferir bobagens. Perdeu completamente a condição de homem culto que ostentava e se tornou uma espécie de contador de anedotas. É uma característica dos decadentes", pontua. A entrevista:
Universo Político.com - Há um sentimento na população de que a campanha do bloco liderado pelo ex-governador João Alves Filho está, no mínimo, tímida. O que falta para que a campanha ganhe as ruas, como a do governador Marcelo Déda?
Mendonça Prado - Na verdade, o governador Marcelo Déda acelerou as suas atividades de campanha em função das pesquisas que tem em mãos. Ele sabe que já está perdendo para João Alves em 75% das cidades sergipanas, inclusive naquelas de maior densidade eleitoral. O crescimento de João surpreendeu o governador e seus aliados que estão atônitos e desesperados. Eles achavam que, por terem juntado um balaio de gatos, teriam maior facilidade no pleito, agora perceberam que e o tiro saiu pela culatra. Diferente do que imaginam os nossos adversários, João está com o seu calendário em conformidade com o que foi planejado previamente. Portanto, não há timidez. O que há é um plano muito bem concebido que visa única e exclusivamente à vitória de João Alves Filho.
U.P. - A propósito, como o seu bloco político recebeu os números da última pesquisa Dataform, divulgados na semana passada, sobre as eleições, sobretudo para o governo do Estado?
M.P.- Nós temos pesquisas para consumo interno e respeitamos todos os institutos. O Cinform é um jornal de credibilidade e cumpre o seu papel ao divulgar as pesquisas que realiza. Os números anunciados devem ser levados em consideração.
U.P. - E como o senhor vem sentindo o eleitorado sergipano? Há motivação para ir às urnas nestas eleições?
M.P. - Eu defendo a instituição do voto facultativo no Brasil, e, por essa razão, apresentei uma proposta que está tramitando no Congresso Nacional. Entendo que o voto como direito não pode ser emitido em função da eficácia de uma legislação punitiva. Esse método restringe a liberdade e distorce o princípio democrático. O eleitorado sergipano é consciente e participativo. Entretanto, as últimas eleições foram marcadas por um alto nível de abstenção. Isso revela uma queda no entusiasmo das pessoas em relação à política.
U.P. - O grupo do governador Marcelo Déda costuma definir o seu grupo como "o atraso". Como os senhores recebem este tipo de crítica? Faz sentido?
M.P. - Déda precisa se olhar no espelho. Hoje, ele faz parte de um grupo que é constituído por ex-fundadores do (antigo) PFL. Como se não bastasse, agora ele é irmão siamês daquela gente que ele próprio dizia abominar. É, portanto, um incoerente, um homem capaz de se aliar com qualquer um para não perder o poder. É um político retrógrado e de procedimentos reprováveis. Uma síntese da frustração. Uma decepção.
U.P. - O governador Marcelo Déda disse que, enquanto o povo está preocupado com um projeto de futuro, o ex-governador João Alves está preocupado com galinhada. Como o senhor avalia esta declaração?
M.P. - O desespero tem feito de Déda um boquirroto. Ele vive a proferir bobagens. Perdeu completamente a condição de homem culto que ostentava e se tornou uma espécie de contador de anedotas. É uma característica dos decadentes.
U.P. - Quando o ex-governador João Alves Filho diz que o governador Marcelo Déda não é convidado para comer galinhas de capoeira, porque as pessoas humildes sabem que ele é "um homem que aprecia faisão, vinho francês... é um homem de grandes salões", a oposição não estaria tentando passar a impressão de que o governador Marcelo Déda não tem uma boa relação com pobres?
M.P.- Déda é um homem habituado a conviver com a elite econômica e proferir discursos poéticos. Veja quem são os seus principais apoiadores financeiros e você vai confirmar o que estou dizendo. Trata-se de um político ‘Denorex'.
U.P. - Já é possível fazer um balanço do o governo Marcelo Déda, tendo como parâmetro as promessas de campanha do ano de 2006?
M.P.- Sergipe perdeu a oportunidade de progredir. O governador, compadre do presidente e aliado da maior parte dos políticos do estado não tem uma marca na sua administração. Faz um governo pífio, catastrófico. Está se notabilizando como um gestor que odeia os servidores da saúde ao ponto de denunciar os médicos à polícia. Enquanto a bandidagem campeia, ele persegue os trabalhadores da segurança pública, tentando destruir as lideranças da instituição. Com essas atitudes, o balanço é negativo e vermelho, bem ao gosto de sua excelência.
U.P. - O vereador Juvêncio Oliveira, do seu partido, disse outro dia ao Universo Político.com, que a marca deste governo é perseguir servidor. E citou o caso do delegado de Polícia Civil Paulo Márcio, argumentando que foi o primeiro superintendente da PC do governo Déda, mas está sendo perseguido. Como o senhor avalia isso?
M.P. - Essas atitudes de Marcelo Déda demonstram o seu lado despótico. O Paulo Márcio foi um dos mentores do programa de governo que o fez governante do Estado. Portanto, Déda hoje cospe no prato que comeu. É um homem insensível que usa as pessoas e depois troca por outras em razão da conveniência. É um ingrato.
U.P. - Qual é o grande desafio do próximo governador de Sergipe?
M.P. - Recuperar o tempo perdido pela inércia do atual governo.
U.P. - Já é possível fazer um balanço do seu mandato?
M.P. - Sim, mas eu prefiro aguardar a avaliação o julgamento que o povo fará nas urnas.
Texto: Universopolitico.com
Foto: Google.
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