"Na verdade, se agarraram ao resultado de Aracaju como um náufrago se agarra a uma bóia, para tentar se manter acima da água. É um direito da oposição. A oposição tem que cantar vitória onde ganhou. Não conheço uma eleição em Sergipe onde um governador que tenha vencido nos 75 municípios do estado. Eu perdi na capital, mas é o homem que usava chapéu de couro e perdeu no interior? Vamos botar a história no seu lugar: doutor é um adversário forte, mas mais forte ainda é quem ganha do adversário forte. Sou o único sergipano que enfrentou João Alves duas vezes e o derrotou duas vezes no primeiro turno. Sem segunda chance. No governo e na oposição. Fui instrumento da vontade popular. Mais uma vez, Sergipe rejeito sua forma de governar." As palavras são do governador Marcelo Déda (PT), durante uma entrevista, na manhã desta segunda feira, dia 25, na Ilha FM.
Déda acha engraçado os comentários feitos pela oposição, quando o assunto é o resultado das eleições 2010 para o governo de Sergipe. O governador observa que quem ganhou não está arrotando arrogância, mas quem perdeu, referindo-se o ex-governador João Alves (DEM), não age do mesmo jeito. "Vem para os microfones, cantar de galo é pouco, vem cantar de peru. Com arrogância", disse o governador, comparando seu adversário a um futebolista amador conhecido com "Cobrinha", cujo time - o Atlético -, constantemente, era goleado pelos adversários, mas "Cobrinha" sempre arrumava uma desculpa, tentando convencer que seu time obteve a chamada vitória moral.
"O Atlético de Cobrinha perdia o jogo por 10 x 0. Quando terminava o jogo, a imprensa ia entrevistar Cobrinha. Cobrinha tinha ganho o jogo por 11 x 10. O jornalista perguntava: ‘Mas Cobrinha como é que pode? Você perdeu mais uma vez?' Ele dizia: ‘Ah, mas se não fosse aquele montinho artilheiro, o meu goleiro pegava a bola. Ah, mas se não tivesse dado aquele vento, que desviou o chute do meu atacante, tinha sido gol. Quando ele contava as possibilidades de gols que o seu time perdeu, e fazia as contas, o Atlético de Cobrinha acabava ganhando o jogo por 11x10. Doutor João é o Cobrinha da política sergipana", comparou o governador.
Déda observou que João Alves venceu a eleição em Aracaju com 5,8 mil votos de frente. Segundo o governador, mesmo arredondando estes números para 6 mil e multiplicando o resultado por 10, ele, Marcelo Déda, ainda seria o governador do Estado. "Ele ainda perderia a eleição por 11 mil votos. Ele teve 6 mil votos de frente, se tivesse tido 60 mil, ainda perderia, pois tive 71 mil votos de frente", lembrou.
Declarações de Almeida Lima
Sobre as declarações do senador e deputado federal eleito José Almeida Lima (PMDB), que ajuizou que Sergipe foi constrangido às urnas, pois não queria Marcelo Déda, mas João Alves foi fraco para derrotar Déda, o governador, como analista político, avaliou que Almeida Lima disse nas entrelinhas que Sergipe deveria ter elegido ele, Almeida, governador.
"Com todo respeito ao meu amigo Almeida Lima, ele tem que respeitar mais doutor João Alves. Como é que Almeida Lima, que fez uma campanha dizendo que foi o homem que mais tinha semeado mais milhões no estado de Sergipe, que preparou o terreno para ser o mais votado deputado federal do Estado, reúne a votação que reuniu, e ousa chamar um político que perdeu a eleição, mas que tem uma liderança incontestável, de fraco? E dizer que o vencedor é fraco? E, nas entrelinhas, interpretar que, na verdade, o que o povo queria era votar em Almeida Lima para governador? Isso é o que o analista Almeida Lima está dizendo nas entrelinhas e é o que o analista Marcelo Déda está interpretando. Almeida Lima disse que somos os grotões porque recebemos os votos do interior. Acho desrespeito. Para mim os votos do interior têm o mesmo valor dos votos da capital", disse Marcelo Déda.
Texto: Universopolitico.com
Foto: Arquivo pessoal.
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