Veja as palavras que o candidato ao Senado pelo PPS, o advogado e ex-secretário de Justiça do governo João Alves, Emmanuel Cacho, se vale para definir a política de Segurança Pública do governo Marcelo Déda: "A grande diferença é que a gestão Déda na Segurança Pública foi um fracasso total, propagando uma segurança que ganha bem, mas que não possui operacionalização e planejamento de uma política criminal de prevenção e redução da criminalidade. O resultado foi uma polícia que tapa buracos, e age pontualmente na repressão. O certo é que não houve uma evolução como se imaginou, na medida em que se propôs mudança, que não aconteceu", avalia.
Segundo Cacho, a política de segurança do governo Deda é questionável, quando comparada a de outros governos. Ele observa que o ex-secretário Kércio Pinto não teve autonomia na formação da equipe de trabalho, o que causou a paralisia em seu projeto. "A Polícia Militar não se entendia com a Polícia Civil, que não tinha a polícia técnica do seu lado, etc. Nos três primeiros meses, as polícias trabalharam com a expectativa alta, depois foi solapada ao insucesso, quando fecharam a Casa de Detenção sem que fosse inaugurado o Presídio do Santa Maria, transformando a Polícia Civil em carceragem", criticou.
Na ótica do advogado Emmanuel Cacho, faltou sinceridade e diálogo com a população. Ele explica que era preciso reconhecer publicamente a complexidade do setor Segurança Pública. "Demorou, iludiu e fracassou. Somente depois da metade do governo, admitiu que não houve melhoras. Na verdade, a mudança ficou na propaganda institucional, e nada foi realizado que proporcionasse segurança pública para o povo. Por outro lado nossas polícias utilizam métodos antiquados e empíricos de investigação. Não existiu investimento nas polícias cientificas e na infra-estrutura nas instalações das delegacias e quartéis", observou.
Lembrando sua passagem como titular da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (2003 a 2006), Cacho disse que encontrou o sistema penitenciário de Sergipe como o pior e o mais deteriorado do País. Segundo ele, depois de um trabalho duro de quatro anos e um investimento de aproximadamente R$ 50 milhões, foi possível deixar o estado de Sergipe como 3° melhor sistema prisional do Brasil.
"Criei cerca de 1.500 vagas construindo e recuperando as unidades, o que seria suficiente para que o sistema fosse administrado sem crise por quatro anos. Ocorre que nesse atual governo somente foram criadas 150 vagas, mesmo assim num local que levei três anos para conseguir o espaço (Hospital Psiquiátrico Garcia Moreno). Hoje, o quadro volta a ficar deficitário sobre todos os aspectos, uma vez que a inoperância do governo em não conseguir verbas para construir novas unidades irá levar novamente ao caos. Enquanto estive à frente da Secretaria de Justiça, procurei tratar preso como gente dentro dos presídios, apesar de estarem cumprindo pena por qualquer crime que tenha cometido. Eu acredito na recuperação das pessoas, a partir do tratamento adequado que lhes seja dispensado", diz.
Texto: Universopolitico.com
Foto: Universopolitico.com
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